Por tuta e meia

A origem da expressão tuta e meia que, como sabemos, significa pequeno montante está ligado à igreja, concretamente à celebração litúrgica. 
Quando a missa era em latim (em rigor deveria chamar-se missa tridentida) o padre para dar início à missa, subia os degraus do altar e dizia:
- Introibo ad altare Dei que do latim pode ser traduzido por Entrarei no altar do Senhor.

Nesta altura o sacristão deve responder: 
-Ad Deum qui laetificat juventutem meam, ou seja O Deus que alegra minha juventude.

Já porque o sacristão não fosse muito letrado (nem em português quanto mais em latim) abreviava o dito e só se ouvia a locução final "tutem meam". Este seria o primeiro e mais importante dito do sacristão em toda a liturgia e por isso o seu ofício padecia de algum reconhecimento ( para sermos simpáticos...).
Agora a parte curiosa. Antigamente pagava-se a missa ao padre e era uso dar-se alguma gratificação para o sacristão. Se o valor da missa se encontrava tabelado o valor a dar ao sacristão não o era. Por isso, como a única coisa que se ouvia do sacristão era "tutem meam" passou este valor a ser conhecido como o pagamento para o tuta e meia. Como este pagamento era bem inferior ao valor da missa, sendo até um valor simbólico, esta expressão passou a ser utilizada para pagamentos/recebimentos de pequeno valor.
Acabamos em latim?  Então: It missa est! Deo gracias!

Comentários

J M disse…
Ite, missa est. Deo gratias

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