Estudo sobre violência, padrinhos e direito da pernada
Os Best Man conseguiram! |
Acordei hoje com uma senhora, na rádio, estrilhando sobre um estudo que inquiria jovens desde os 12 (?) anos e os 18 sobre a violência no namoro, relações sexuais e outros quejandos. Ao que parece existe violência entre este pessoal - pelo menos em 30% dos rapazes -, estrilhava a senhora. A senhora gritou muita coisa, menos o que se entende por violência. Será o mesmo para os 12 e 18 anos? Como é possível validar respostas de crianças de 12 anos sobre este tema? Sou mestre em psicologia e só digo isto porque a minha tese de mestrado foi sobre validação de questionários. Mas não é isso que me traz cá hoje. Sempre houve violência na relação entre homens e mulheres. Os padrinhos do casamento, por exemplo, são uma reminiscência desses tempos. A noiva não tinha padrinhos, apenas o noivo os tinha, porque os padrinhos eram os amigos que ajudavam o noivo a raptar a noiva na calada da noite para casar. A noiva tinha que espernear e ficar arranhada porque ninguém acharia bem que se entregasse sem luta. É por isso que a expressão inglesa para padrinho é muito bonita: best man - alguém com que se pode contar. Tanto quanto sei os ciganos ainda mantém essa tradição: a noiva foge e é o cabo dos trabalhos para a apanhar e a obrigar a casar. Uma palavra sobre o direito da pernada. Este é o direito que permitia que o senhor feudal dormisse a primeira noite com a noiva quando ela se casasse. Sempre achei este costume muito estranho até que alguém me explicou que se a noiva tivesse um filho no ano seguinte após o casamento e houvesse parecenças entre a criança e o senhor - sabemos como sãs as parecenças nos bebés -, este abonaria a sua educação e desta forma a família melhoraria o seu bem estar, porque tinha a proteção do filho que poderia chegar longe. Ora há quem defenda, por isso, que o direito da pernada não era um direito mas uma obrigação. Imagine-se o senhor feudal que não se queria deitar com a noiva na primeira noite, que tipo de comentários provocaria? Se o leitor tem mais de 50 anos imagine que teria que dormir com as raparigas acabadas de casar, por amor certamente, eventualmente até conheceria o marido enfim... agradava-lhe a ideia? Certamente que não. Nem sempre as coisas são o que parecem e parecem sempre aquilo que não são.
Tanto quanto sei as senhoras estrilhentas formaram uma associação (procurando subsídios, certamente) para fazer estes estudos patetas. Boa sorte e apareçam sempre.
Para acabar: Num namoro a palavra conquista está muito presente. Alguém conquistou alguma coisa sem luta? Aquilo que as senhoras estrilhentas chamam violência tenho para mim que apenas são as lutas da conquista.
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