Alguns de nós e os números

É curiosa a forma como as pessoas se relacionam com o fator sorte. Peguemos por exemplo nos vencedores da lotaria, totoloto e afins. Normalmente estes não admitem que apenas tiveram sorte, mas fazem questão de mostrar que existe ciência na escolha dos números. Olham para nós com ar superior como se dissessem "isto não é para qualquer um, é preciso saber...". É muito raro alguém dizer: Foi pura sorte.
Talvez o exemplo mais claro do que afirmo foi o de um espanhol que há uns anos ganhou o El Gordo. Quando lhe puseram o microfone à frente o homem não se conteve e fez questão de ensinar a sua técnica. Eis as suas palavras: " Sonhei durante sete dias com o número sete. Ora como sete vezes sete são quarenta e oito corri as bancas todas à procura de uma lotaria que terminasse em 48... E pronto foi assim que escolhi a cautela e ganhei". O desacerto nos números também não esteve longe do nosso representante no campeonato do mundo de tiro ao prato. O homem tinha feito uma pranchada (partiu 25 pratos em 25 possíveis) e quando questionado pelo jornalista afirmou: "Sou muito exigente comigo próprio, para a próxima vou tentar fazer melhor". Não muito longe destes - e para fechar o ramalhete-,  esteve Jorge Jesus quando gritou para dentro do campo uma instrução secular: "Vocês os três, formem um quadrado!". 
A relação de alguns de nós com os números faz-me lembrar um matemático que dizia:" Só há três tipos de pessoas: as que sabem contar e as que não!".

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