Origem das palavras: O coitado anda à toa
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Nau portuguesa |
Quando uma nau, ficava sem o mastro central (por causa de
tempestade, por exemplo) normalmente era rebocada pela nau almirante, a nau
principal da expedição. A corda necessária para o reboque era chamada de toa. É
por isso que andar à toa é andar perdido ou a reboque de outrem, no fundo sem
vontade própria.
Coitado |
Há um outro termo que nada tem a ver com navegação mas que é
muito interessante. É a palavra coito. Não sei como é que esta palavra evoluiu
(?) para o significado que hoje tem - relação sexual - porque antigamente nada
tinha que ver com isso.
O coito era um espaço do rei (a que podemos chamar reserva
nos dias de hoje), onde apenas ele podia caçar e à qual ninguém podia aceder,
sem sua autorização. É aqui que isto se torna curioso porque quando o rei
queria proteger alguém colocava-o no coito. Ora quem estava no coito passou a
ser designado por coitado, e é por isso que hoje em dia a palavra coitado
representa alguém que necessita e ajuda ou apoio, não é autos-suficiente.
Curioso é também o uso da palavra no Brasil. Durante o tempo do cangaço, no
início do século XX (espaço temporal aproximado entre 1915-1930), os
fazendeiros que davam guarida e ajudavam os cangaceiros eram chamados
coiteiros. Lampião tinha vários coiteiros e parece ter sido um deles que denunciou o local onde o grupo estava (Grota do Angico) o que permitiu à policia emboscá-lo e matá-lo juntamente com sua mulher Maria Bonita.
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